EUA fazem história ao derrotar os campeões em título, Brasil, e avançar para a final.
Os Estados Unidos da América causaram a primeira derrota do Brasil no Campeonato Mundial de Handebol em Cadeiras de Rodas da IHF, fazendo uma incrível recuperação após não marcar nenhum ponto no primeiro set. Com uma defesa forte, os EUA empurraram a partida para a decisão, vencendo o Brasil por 11:9 nos pênaltis e garantindo sua primeira vaga na final da competição.
SEMIFINAL
Brasil vs Estados Unidos da América (4:0; 2:5; 9:11 a.pen.)
A ambiciosa equipe dos EUA – que mirava a medalha de ouro nesta 3ª edição do Campeonato Mundial de Handebol em Cadeiras de Rodas – chegava à semifinal contra o Brasil com uma sequência de três vitórias, parecendo capaz de desestabilizar seriamente os campeões em busca de uma vaga na final.
A única derrota da equipe americana na competição aconteceu na abertura, contra o Brasil, quando perderam o primeiro set por 2:9 e o segundo por 0:7, não marcando nenhum ponto nos últimos 19 minutos e 16 segundos. Mas, com a moral elevada pelas vitórias anteriores, os americanos esperavam surpreender a potência sul-americana.
Entretanto, o Brasil não havia perdido nenhum set nas quatro partidas anteriores e recebeu apenas 27 pontos, tornando-se uma equipe a ser temida, especialmente porque os campeões em título não eram mais a força ofensiva de 2022.
O Brasil manteve seu plano e utilizou suas armas de forma eficiente, apresentando uma defesa impecável, com os EUA sem marcar nenhum ponto no primeiro set. Na outra ponta, o MVP do Campeonato Mundial de 2022, Guilherme Lourenco, foi imbatível de longa distância, convertendo quatro arremessos e ajudando o Brasil a se aproximar da final.
Após perder o primeiro set da semifinal por 0:4, os EUA precisavam dar tudo de si. Eles começaram o segundo set com tudo, marcando os primeiros três pontos e assumindo uma surpreendente liderança de 3:0 em apenas quatro minutos e 20 segundos, superando sua performance nos 30 minutos anteriores contra os campeões.
O Brasil se viu em uma situação ainda mais precária quando seu principal marcador na partida, Lourenco, foi desqualificado após duas suspensões, enquanto os EUA pareciam prontos para empurrar a partida para a decisão, entregando ao Brasil sua primeira derrota de set desde a final da edição anterior.
A partir desse momento, os EUA dominaram a partida, com Najee Smothers marcando três pontos e Chayse Wolf adicionando mais dois, resultando em uma surpreendente vitória de 5:2 e criando o cenário perfeito para uma reviravolta na decisão.
Mas qual equipe garantiria a tão cobiçada vaga na final? Seria o Brasil, os campeões em título e uma equipe muito mais experiente? Ou os EUA, um time que havia sido criado apenas dois meses atrás?
A resposta veio após um emocionante shoot-out, já que os primeiros cinco minutos não revelaram um vencedor, com os times terminando empatados em 3:3, enquanto o Brasil lutava para engrenar seu jogo ofensivo, perdendo muitos arremessos e terminando com uma eficiência de 30% após 25 minutos.
O Brasil era mais experiente, tendo vencido a final dois anos atrás nos pênaltis, mas desta vez, os EUA superaram os campeões mundiais. Três dos pênaltis dos EUA, dois de Wolf e um de Smothers, foram de spinshots, valendo o dobro.
E quando Joon Reid defendeu o pênalti de spinshot de Jordean Rodriguez, o sexto do Brasil, a equipe americana começou a celebração, garantindo a vitória necessária de 7:5, que levou os EUA à final apenas dois meses após a formação do time.
Por outro lado, o Brasil sofreu sua primeira derrota na competição após uma sequência de 11 vitórias e agora se prepara para a disputa da medalha de bronze, um retrocesso em relação à performance de dois anos atrás.